PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA PRIMEIRA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 11 (terça-feira) ou 14 (sexta feira) de Outubro. . Prof.º António Vasconcelos.
XI – Max Weber (1864-1920) e a ação social
O indivíduo é o núcleo da analise histórico-comparativa de Marx Weber, porque é o único que pode definir intenções e finalidades para seus atos. Desse modo, o ponto de partida da Sociologia weberiana é a compreensão da ação dos indivíduos, atuando e vivendo situações sociais com determinadas motivações e intenções. Diferentemente de Durkheim, volta atenção para o indivíduo enquanto agente fundamental da organização social. As condutas individuais ganham status de objeto sociológico, denomina-se ação social.
Ação social é toda conduta humana (ação omissão ou permissão) dotada de motivo ou sentido, orientada nas ações de outros indivíduos. Não existe autonomia completa no homem em sua ação social. Sua maneira de pensar e agir pode ser construída por ele, no entanto sob uma base cultural historicamente constituída. Daí tais ações serem sociais.
A Sociologia é uma Ciência que interpreta a ação social para explicá-la casualmente em seus desenvolvimentos e efeitos. Sãos as relações sociais que dão sentido a expressões como Estado ou Família. Assim, Weber não conseguiu ver a sociedade como um bloco, uma estrutura única, mas como uma teria de relações.
Segundo Weber, o cientista deve trabalhar buscando o máximo de neutralidade, o que seria possível, se ele partisse da construção de um instrumento abstrato ideal, imaginário que serviria de parâmetro de comparação em relação ao objeto estudado.
Através de pesquisas, Weber detectou que uma parcela considerável de capitalistas era formada por protestantes o que sinalizou uma possível relação causal. Retornando as pregações protestantes calvinistas, mostrou que os indivíduos, cobertos de dúvidas sobre suas possíveis salvações ou eleições divinas, buscavam provar sua dignidade diante de Deus, através de uma conduta regrada, pautada no trabalho árduo. Na acumulação de riquezas e no seu gasto racional, baseavam sua conduta, o que a seu ver amenizava as incertezas quanto à salvação. Assim, temos um comportamento capitalista baseado na ética protestante. (CHARON, Joel M., 2001. Sociologia).
A obra de Max Weber é vasta e percorre os caminhos variados da História, do Direito, da Economia e da Sociologia, passando pelas questões religiosas, pelos processos burocráticos, pela analise da cidade e da música, e pela discussão metodológica das ciências humanas e dos conceitos sociológicos. Entre os seus escritos destacamos: A ética protestante e o espírito do capitalismo (1904-1905). Ciência e Política: duas vocações (1817-1919). Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva (1922). Ensaios de sociologia das religiões. Ética econômica das religiões mundiais. História geral da economia (1923).
Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. Por que o indivíduo é o único da ação social?
2. Que é ação social?
3. Que é Sociologia?
4. Há relações do capitalismo com a ética protestante calvinista? Quais? (salvação e riqueza).
5. Cite algumas obras de Max Weber?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA SEGUNDA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 18 (terça-feira) ou 21 (sexta feira) de Outubro. . Prof.º António Vasconcelos.
XII – Karl Marx (1818-1883) e as classes sociais
Nessa aula, estudaremos Karl Marx e o materialismo histórico, a maior corrente revolucionária do pensamento social nas conseqüências teorias e na prática social que propõe.
Escrevendo trabalhos sociológicos, Marx não só contribuiu para o desenvolvimento da ciência, mas propôs uma ampla transformação política, econômica e social sua obra máxima, “O Capital” destinava-se a todos os homens, não apenas aos estudiosos da economia, da política e da sociedade.
Para Marx, as condições materiais de toda a sociedade condicionam as demais relações sociais. Segundo ele, para viver, os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres vivos. Sendo assim, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza humana. Essas relações sociais de produção são a base que condicionam todo o resto da sociedade.
A partir dessa visão, é criado um método de compreensão da realidade, denominado de materialismo histórico e dialético (a luta dos contrários, entre fortes e mais fracos).
Os fatores de produção são: o capital, a mão-de-obra, insumos (matéria prima) e tecnologia. “O empresário é aquele que exerce profissionalmente de atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviço” (CC, art. 966).
As relações sociais de produção resumem-se num conflito permanente no ambiente produtivo. Marx acreditava que a propriedade privada dos meios de produção separava detentores e não detentores com conflitos antagônicos (contrários). Esse embate constante caracteriza um dos conceitos contrais da teoria marxista: a luta de classes.
A luta de classes é a expressão máxima das contradições de um modo de produção e a mola propulsora das transformações ou, como diria Marx, a história de toda sociedade até hoje tem sido a historia da luta de classes, pois desde o surgimento da propriedade privada, existe o confronto entre classes, e, desde a consolidação do capitalismo está expressa no conflito burguesia x proletariado.
Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. Que é o materialismo histórico?
2. Quais os fatores de produção?
3. Que é empresário?
4. Que relação tem a propriedade privada com a luta de classe?
5. Que é a luta de classe?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA TERCEIRA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 25 (terça-feira) ou 28 (sexta feira) de Outubro. . Prof.º António Vasconcelos.
XIII – Karl Marx e as classes sociais: Continuação.
Inciso IV, art.7º da CF/88: O salário-mínimo, fixado em Lei, nacionalmente unificado, é capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Ao vender sua força de trabalho, o operário recebe em troca uma certa remuneração na forma de salário (sal) que deverá ser suficiente para reproduzir as condições básicas de sua sobrevivência. Por conta disso, pode-se afirmar que a força de trabalho (capacidade de realizar trabalho) transforma-se no capitalismo em uma mercadoria.
Embora a força de trabalho seja considerada uma mercadoria, ela se destaca das demais, pois, ao ser consumida, cria, gera um valor superior ao seu. No ambiente fabril, por exemplo, o capitalista investe certa quantia de dinheiro (capital) comprando mercadorias (matéria-prima) máquinas e força de trabalho. Realizada a produção, novas mercadorias são criadas e vendidas, ou seja, transformadas em dinheiro (lucro).
Em uma determinada jornada de trabalho, parte dela é destinada pelo operário à criação de valores correspondentes ao seu montante de salário, e o restante é apropriado pelo capitalista na forma de mais-valia.
A mais-valia, prova da exploração capitalista sobre o proletariado, pode ser dilatada de duas formas: a) aumentando a jornada de trabalho (mais-valia absoluta); b) introduzindo novas tecnologias (mais-valia relativa).
A primeira limita-se à resistência do operário para suportar longas jornadas, enquanto a segunda lança o embrião das crises que irão acontecer no século XX, redundando no chamado desemprego estrutural.
Economicamente, o capitalismo alienou (comprou), separou o trabalhador de seus meios de produção, impondo um trabalho em um ambiente de divisão social do trabalho (DST). O homem não consegue reconhecer-se enquanto produtor de toda a riqueza e enquanto classe social, iludindo-se com o Estado e com a democracia burguesa.
O combate à alienação se faz com a Práxis, uma pratica criativa, critica e transformadora, no sentido de construir uma sociedade igualitária e justa, socialmente (TOMAZI, Nelson Dário, 2000. Iniciação à Sociologia).
Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. O salário mínimo supre todas as necessidades do assalariado e sua família? Por que?
2. Que é mais-valia?
3. O capitalismo alienou o trabalhador? Por que?
4. Quais os tipos de mais-valia?
5. Quais as características do salário mínimo?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA QUARTA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 1 (terça-feira) ou 4 (sexta feira) de Novembro. . Prof.º António Vasconcelos.
XIV – Materialismo Dialético de Karl Marx
Baseado em Demócrito e Epicuro sobre o materialismo e em Heráclito sobre a dialética (do grego, dois logos, dois argumentos divergentes), Marx defende o materialismo dialético, tentando superar o pensamento de Hegel e Feurbach.
A dialética hegeliana era a dialética do idealismo (doutrina filosófica que nega a realidade individual das coisas distintas do "eu" e só lhes admite a idéia), e a dialética do materialismo é posição filosófica que considera a matéria como a única realidade e que nega a existência da alma, de outra vida e de Deus. Ambas sustentam que realidade e pensamento são a mesma coisa: as leis do pensamento são as leis da realidade. A realidade é contraditória, mas a contradição supera-se na síntese que é a "verdade" dos momentos superados.
Hegel considerava ontologicamente (do grego onto + logos; parte da metafísica, que estuda o ser em geral e suas propriedades transcendentais ) a contradição (antítese) e a superação (síntese); Marx considerava historicamente como contradição de classes vinculada a certo tipo de organização social. Hegel apresentava uma filosofia que procurava demonstrar a perfeição do que existia (divinização da estrutura vigente); Marx apresentava uma filosofia revolucionária que procurava demonstrar as contradições internas da sociedade de classes e as exigências de superação.
Ludwig Feuerbach procurou introduzir a dialética materialista, combatendo a doutrina hegeliana, que, a par de seu método revolucionário concluía por uma doutrina eminentemente conservadora. Da crítica à dialética idealista, partiu Feuerbach à crítica da Religião e da essência do cristianismo. Ele pretendia trazer a religião do céu para a Terra. Ao invés de haver Deus criado o homem à sua imagem e semelhança, foi o homem quem criou Deus à sua imagem. Seu objetivo era conservar intactos os valores morais em uma religião da humanidade, na qual o homem seria Deus para o homem. Adotando a dialética hegeliana, Marx, rejeita, como Feuerbach, o idealismo, mas, ao contrário, não procura preservar os valores do cristianismo. Se Hegel tinha identificado, no dizer de Radbruch, o ser e o dever-ser (o Sen e o Solene) encarando a realidade como um desenvolvimento da razão e vendo no dever-ser o aspecto determinante e no ser o aspecto determinado dessa unidade.
A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. A dialética não é só pensamento: é pensamento e realidade a um só tempo. Mas, a matéria e seu conteúdo histórico ditam a dialética do marxismo: a realidade é contraditória com o pensamento dialético. A contradição dialética não é apenas contradição externa, mas unidade das contradições, identidade: "a dialética é ciência que mostra como as contradições podem ser concretamente (isto é, vir-a-ser) idênticas, como passam uma na outra, mostrando também porque a razão não deve tomar essas contradições como coisas mortas, petrificadas, mas como coisas vivas, móveis, lutando uma contra a outra em e através de sua luta." (Henri Lefebvre, Lógica formal/ Lógica dialética, trad. Carlos N. Coutinho, 1979, p. 192)
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Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. Quais as características da dialética hegeliana?
2. Quais as características da dialética marxista?
3. Quais as características da dialética de Ludwig Feuerbach?
4. Quais as diferenças da dialética dos três escritores? 5. Que é dialética?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA QUINTA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 8 (terça-feira) ou 11 (sexta feira) de Novembro. . Prof.º António Vasconcelos.
XV – Continuação do Materialismo Dialético e Materialismo Histórico de Marx
Os momentos contraditórios são situados na história com sua parcela de verdade, mas também de erro; não se misturam, mas o conteúdo, considerado como unilateral é recaptado e elevado a nível superior. Marx acusou Feuerbach, afirmando que seu humanismo e sua dialética eram estáticas: o homem de Feuerbach não tem dimensões, está fora da sociedade e da história, é pura abstração. É indispensável segundo Marx, compreender a realidade histórica em suas contradições, para tentar superá-las dialeticamente.
A dialética apregoa os seguintes princípios: tudo relaciona-se (Lei da ação recíproca e da conexão universal); tudo se transforma (lei da transformação universal e do desenvolvimento incessante); as mudanças qualitativas são conseqüências de revoluções quantitativas; a contradição é interna, mas os contrários se unem num momento posterior: a luta dos contrários é o motor do pensamento e da realidade; a materialidade do mundo; a anterioridade da matéria em relação à consciência; a vida espiritual da sociedade como reflexo da vida material.
O materialismo dialético é uma constante no pensamento do marxismo-leninismo (surgido como superação do capitalismo, socialismo, ultrapassando os ensinamentos pioneiros de Feuerbach).
MATERIALISMO HISTÓRICO
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc).
A propósito, Marx escreveu, na obra “A Miséria da filosofia” (1847) na qual estabelece polêmica com Proudhon: As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais.
O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial. Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. Quais os principios da dialética?
2. Quem é o homem na dialética de Hegel e de Marx? Como se compõe a estrutura social
3. Que pretende o materialismo histórico de Marx?
4. Que é a sociedade?
5. Como são as relações sociais?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA SEXTA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 18 (sexta feira) de Novembro.
XVI – A Sociologia no Brasil. Prof.º António Vasconcelos.
Iniciativas para inclusão da Sociologia no Ensino Médio: A primeira tentativa para a inclusão da disciplina de Sociologia no Ensino Médio ocorreu logo após, a proclamação da República, com a Reforma Educacional de 1891, de Benjamin Constant, que defendia o ensino laico em todos os níveis da educação. Mas nunca foi incluída nos Currículos escolares. Ela foi eliminada pela Reforma de Epitácio Pessoa, em 1901.
Inclusão de Sociologia no Ensino Médio: Em, 1925, com a Reforma de Rocha Vaz, que tinha os mesmos objetivos de Benjamin Constant, o Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro, implantou a Sociologia regularmente no seu Currículo. Três anos depois ela foi implantada nos Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. Em, 1931, outra Reforma, a de Francisco Campos, a sociologia foi implantada nos cursos preparatórios aos cursos superiores nas faculdades de Direito, Ciências Médicas, Engenharia e Arquitetura, além de mantê-la nos cursos normais de formação de professores.
Em 1925 destacaram alguns professores e escritores (manuais de formação de professores de sociologia), tais como: Fernando de Azevedo (1894-1974) Gilberto Freyre (1900-1987), Carneiro Leão (1887-1966) e Delgado de Carvalho (1884-1980). Mas, esse processo no ensino médio acabou no inicio da década de 1940, com a Reforma de Capanema, que extingue do currículo da escola média. Oficialmente extinta do currículo no ensino médio nos anos 1940, a Sociologia voltou a marcar presença muito discreta em um ou outro Estado, de modo intermitente na década de 1980.
Grupos nas Universidades do País “movimento em defesa da obrigatoriedade do ensino de Sociologia no nível médio da educação”, com a presença do professor Amaury C. Morais. O movimento estendeu-se ao século XXI, conquistando o apoio de instituições de ensino, associações científicas, intelectuais, sindicatos e associações de categorias de profissionais. Finalmente, pela Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008, (sancionada pelo Empresário Presidente Interino do Brasil, Dr. José Alencar), que alterava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a Sociologia retornou oficial e obrigatoriamente nos currículos do ensino brasileiro: Lei nº 9394 de 20/12/1996. Inciso IV, art. 36. “Serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as Séries do Ensino Médio”.
A Sociologia no ensino Superior: Enquanto havia esse movimento no e ensino médio, foram criados os cursos de Ciências Sociais de nível superior. Em 1933, foi criada a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), em São Paulo. O objetivo dela era formar técnicos, assessores e consultores capazes de produzir conhecimento científico sobre a realidade brasileira.
Atividade: (escrever as perguntas e respostas no caderno. Será dado o visto na próxima aula). Serão escolhias para nossa prova.
1. Cite as primeiras tentativas de inclusão da sociologia no ensino Médio?
2. Faça a linha cronológica da Sociologia no ensino médio até 1984,
3. Faça a linha cronológica da Sociologia no ensino médio de 1940 a 1980.
4. Que trata a lei nº 11.684, de 2 de julho de 2008?
5. Qual o objetivo da Sociologia no ensino Superior?
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA SÉTIMA AULA
SOCIOLOGIA E SOCIEDADE. Pouso Alegre, 22 (terça-feira) ou 25 (sexta feira) de Novembro. Discente: António Vasconcelos.
XVII – A Sociologia no Brasil: Sociologia no Ensino Superior e consolidação.
Posteriormente, com a presença de Donald Pierson (1900-1995), sociólogo estadunidense, deu-se ênfase à pesquisa empírica. Respectivamente em 1934 e 1935 foram fundadas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Distrito federal (UDF). Nas faculdades de Filosofia dessas Universidades, a preocupação maior era garantir professores para o ensino médio
Entre 1930 e 1940, a Sociologia colocou seus primeiros alicerces no Brasil, procurou assim, definir mais claramente as fronteiras com outras aeras do conhecimento científico, como a Literatura, a História e a Geografia. Ela se institucionalizou com a criação de espaços em escolas e universidades para a formação de sociólogos. Contribuidores brasileiros: Gilberto Freyre e Fernando Azevedo, Oliveira Vianna (1883-1951), Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) e Caio Prato Junior (1907-1990, entre outros. E a presença de muitos professores estrangeiros, como: Donald Pierson Radcliff Brown (1881-1955), Claude Lévi-Strauss (1908-2009), Georges Gurvitch (1894-1965) e Roger Bastide (1898-1974). Foi criada em 1939 a revista de sociologia e publicada até 1981, em São Paulo.
Consolidação da Sociologia brasileira: A partir do final da Segunda Guerra Mundial, até os meados da década de 1960, disseminaram-se as faculdades de Filosofia, Ciências e Letras no Brasil, em universidades ou fora delas, e a Sociologia fez parte do currículo dos cursos de ciências sociais. O objetivo dos cursos de ciências sociais era formar técnicos e professores capazes de produzir uma “solução racional”, isto é, baseada na razão e na ciência, para as questões nacionais. Escola ou uma tradição em Sociologia: uma geração de cientistas, como: Egon Schaden (1918-1919), Florestan Fernandes (1920-1995), Antonio Candido (1918), Aziz Simão (1912-1990), Juarez Rubens Brandão Lopes (1925), em São Paulo e Alberto Guerreiro Ramos (1915-1982), Luiz Aguiar de Costa Pinto (1920-2002) e Hélio Jaguaribe (1923), no Rio de Janeiro. Eles tiveram seguidores em todo o território nacional.
Temas que “foram” trabalhados em Sociologia: Trabalho, formação da classe trabalhadora, sindicalismo, urbanização, transformações no campo, dependência econômica, marginalização social, Violência pública, Sociologia urbana, Sociologia rural, Sociologia industrial, Sociologia e do trabalho, Sociologia do desenvolvimento, Sociologia do planejamento, Sociologia da educação, Sociologia da Juventude etc.
A partir de 1980 expandiu-se os cursos de pós-graduação em ciências sociais e em sociologia em todo o território nacional. Com as chamadas sociologias especiais: do desenvolvimento, do trabalho, do conhecimento, da arte, da educação, urbana, rural, da saúde, da família etc. O foco de interesse atualmente da Sociologia é: violência, gênero, religião, juventude, comunicação e indústria cultural. Cientistas sociólogos de destaque a partir de 1960-1970 foram: Octávio Ianni (1926-2004), Fernando Henrique Cardoso (1931), Leôncio Martins Rodrigues (1934), Heleieth Saffioti (1934), Marialice Mencarini Foracchi (1919-1972), Elide Rugai Barros, Francisco de Oliveira ( 1933), Luiz Eduardo Waldemarin Wanderley (1935), José de Souza Martins (1938), Gabriel Cohn (1938), Luiz Werneck Vianna (1938), Simon Schwartzman (1939), e Mauricio Tragtenberg (1929-1998), Sérgio Miceli (1945), José Vivente Tavares dos Santos (1949), Renato Ortiz (1947), Claucia Krusse Villas Bôas (1947), Ricardo Antunes (1953), Elisa Reis ( 1946), Brasílio Sallum Junior (1946) e Laymert Garcia dos Santos (1948).
Atividade: Seminário em grupo de três alunos sobre uma obra de um Sociólogo
PRIMEIRA SÉRIE, SEGUNDO SEMESTRE- 2011, DÉCIMA OITAVA AULA
CULTURA E IDEOLOGIA. Pouso Alegre, 22 (terça-feira) ou 25 (sexta feira) de
Novembro. Discente: António Vasconcelos.
XVIII – Os significados de cultura
O emprego da palavra cultura, no cotidiano, é objeto de estudo de diversas ciências sociais. Félix Guattari, pensador francês (1930-1992) reuniu os diferentes significados de “cultura” em três grupos: cultura-valor; cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria.
a) Cultura-valor. É o sentido mais antigo e aparece claramente na idéia de “cultivar o espírito”. É o que permite estabelecer a diferença entre quem tem cultura e quem não tem ou determinar se o individuo pertence a um meio culto ou inculto, definindo um julgamento de valor sobre essa situação. O termo serve para identificar, quem tem ou não cultura clássica, artística ou científica. Ela marca a diferença clara entre pessoas num sentido mais elitista “entre as que têm e as que não têm uma cultura clássica e erudita: julgamento de valor.
b) Cultura-alma coletiva. É sinônimo de “civilização”. O termo expressa a idéia de que todas as pessoas, grupos e povos têm cultura e identidade cultural. Exemplos: cultura negra, cultura chinesa, cultura marginal etc. Para dar sentido a ação dos grupos aos quais pertencem, com a intenção de caracterizá-los ou identificá-los. Sentido é identificação com algum grupo social específico: Delimitação de um território específico.
c) Cultura-mercadoria. Corresponde a “cultura de massa”. A cultura compreende bens ou equipamentos, - como os centros culturais, os cinemas, as bibliotecas - as pessoas que trabalham nesses estabelecimentos, e os conteúdos teóricos e ideológicos de produtos - como filmes, discos e livros – que estão à disposição de quem quer e pode comprá-los, ou seja, que estão disponíveis no mercado. Ela esta em relação à possibilidade de consumir bens culturais.
Conclusão: Todas essas concepções trazem uma carga valorativa, dividindo indivíduos, grupos e povos entre os que têm e os que não têm cultura, ou, mesmo, entre os que têm uma cultura superior e os que têm uma cultura inferior.
As definições de cultura aparecem com freqüência vinculadas à antropologia:
a) A cultura é o conjunto complexo de conhecimentos, crenças, arte, moral e direito. É de uma definição universalista, ou seja, muito ampla, com a qual se procura expressar a totalidade da vida social humana, a cultura universal. (Edward B. Tylor, 1832-1917).
b) Culturas são sistemas funcionais e equilibrados, formados por elementos interdependentes com características próprias, principalmente no tocante às necessidades básicas, como alimentação, proteção e reprodução (Bronislaw Malonowski, 1884-1942).
c) Ruth Benedict (1887-1948) identificou dois tipos culturais extremos: 1. O apolínico, representado por indivíduos conformistas, tranqüilos, solitários, respeitadores e comedidos na expressão de seus sentimentos. 2 dionisíaco, que reúnem os ambiciosos, agressivos, individualistas com tendência ao exagero afetivo.
d) É um conjunto de sistemas simbólicos, entre os quais se incluem a linguagem, as regras matrimoniais, a arte, a ciência, a religião e as normas econômicas. Esses sistemas se relacionam e influenciam a realidade social e física das diferentes sociedades Claude Lévi-Strauss (1908-2009).
Atividade.
1. Relacione cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria?
2. Escreve três conceitos de cultura?
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